Dia Internacional da Mulher |
Não dou
de todo importância a estes dias internacionais de qualquer coisa e já
mencionei esta minha opinião aqui. Para mim, não fosse a máquina comercial
instalada não existiria diferença nenhuma a não ser no Natal e no Ano Novo,
isto para os católicos porque para as outras religiões seria algo equivalente
como é óbvio. Talvez ceda ao Dia da Mãe e Dia do Pai, para os meninos na escola
poderem continuar a fazer aquelas prendinhas de bricolagem para oferecer aos
papás e mamãs.
Sei que
pouco importa a minha opinião até porque deve corresponder a mais um
pequeníssimo nicho, e sobre o mesmo muitas me chamariam de desmancha-prazeres
ou “estragadora de festas”.
Em
relação ao Dia Internacional
da Mulher, alguém sabe a sua origem? Alguém se deu ao trabalho de averiguar
(?) ou é mais giro e romântico ficar com a ideia pré-concebida de que, ah e tal
o dia da mulher é porque somos todas muito queridas e muito fofinhas, e depois
engravidamos e damos à luz e somos mães, e somos muito trabalhadoras,
conseguimos fazer muitas coisas ao mesmo tempo, e sofremos imenso porque usamos
saltos altos e partimos uma unha e não temos nada de jeito que vestir e achamos
que estamos sempre gordas e, e, e… e muitos mais e… mas o mais derradeiro é que
somos mesmo as maiores e depois somos exploradas pelos homens que são uns
malandros mas andamos sempre atrás deles na mesma. Por isto tudo e por nada
este dia que tem apenas a ver com direitos
e conquistas
sociais, políticas e económicas
das mulheres, muitas aproveitam este
dia para tentarem imitar os tais homens que elas tanto criticam, festejando de
forma absolutamente ridícula, algumas bebendo até cair, ou fazendo figuras
patéticas a ver desfiles de strip.
Este Dia Internacional da Mulher nada mais é que o modo feminino do Dia do Trabalhador e nasceu a partir de manifestações de mulheres
na Rússia em 1917, que tinham a ver com exigência de melhores condições de vida
e trabalho e contra a entrada da Rússia czarista na Primeira
Guerra Mundial.
A ideia de celebrar um dia da mulher já havia surgido desde
os primeiros anos do século XX, nos Estados Unidos e
na Europa, no contexto das lutas de mulheres por melhores condições de
vida e trabalho, bem como pelo direito de voto.
Em 1975, foi designado pela ONU como o Ano
Internacional da Mulher e, em Dezembro de 1977, o Dia Internacional da Mulher foi adoptado pelas Nações Unidas, para
lembrar as conquistas sociais,
políticas e económicas das mulheres.
Portanto a origem deste este dia, nada tem a ver com o tom
romanceado, comercial e cheio de pretextos que lhe dão ou tentam atribuir.
É evidente que a mulher continua a sofrer de descriminação em
termos laborais e não é com um dia como o Dia Internacional da Mulher que isso
vai ser alterado; medidas concretas para anular por completo as diferenças
salariais e de igual oportunidade, por mérito, para ambos os géneros seria a verdadeira
conquista, mas essa, estará ainda por chegar sabe-se lá quando, é de todo, algo
que considero importante apesar de não ser feminista, e gostaria de um dia poder ter o prazer de celebrar.
Não gosto nem de longe nem de perto, quando algo é iniciado
por uma razão e depois degenera para algo completamente diferente porque é
demagogicamente agradável aos ouvidos e aos olhares de uma sociedade, que se
deslumbra por ilusões e cede facilmente a campanhas comerciais que se repetem por “seculum
seculorum”.
Creio com
convicção que as mulheres e os homens têm o seu valor que têm na sociedade e
nas famílias; cada um igual a outro que é genericamente diferente, e por tudo
isto o dia da mulher é todos os dias, (passe o pleonasmo) assim como o dia dos
homens! Todos os dias temos o direito, a obrigação e dever de conquistarmos
algo mais, darmos um passo mais além, de não nos acomodarmos e enterrarmos nos
sofás da vida sem nada fazermos para sermos melhores, mais transparentes,
responsáveis, lutadores, amigos e de
alguma forma fazermos a diferença sendo autênticos e derradeiramente felizes
com o que o universo nos retribui a cada dia.
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