sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Young and Beautiful - Lana Del Rey


Algumas semanas atrás foi-me dado o grato prazer de ouvir um arranjo musical deste tema “Young and Beautiful” de Lana Del Rey que não irei aqui partilhar por fazer parte de uma composição longa e com outras músicas, um chamado DJ Set.

Casualidade ou não, no dia anterior, numa longa viagem de carro, havia ouvido o tema original, o qual, como sempre o faço quando viajo sozinha - cantarolei como se não houvesse amanhã, dando também como me é habitual muita importância à lírica.

Young and Beautiful
Já conhecia o tema, e gosto dele desde a primeira vez que o ouvi, no entanto, desta vez ficou-me mais no ouvido quiçá pela mensagem que o comentário do locutor de rádio transmitiu e me fez meditar.

O dito locutor disse algo no sentido de ridicularizar as preocupações de Lana Del Rey e das mulheres em geral, que segundo ele deveriam ter mais em que se preocupar. Ou seja, equiparando a mensagem ou melhor a pergunta premente na lírica da música com o partir uma unha, por exemplo.

Opiniões e preocupações são únicas e legítimas de cada um e eu prefiro não as discutir, inflacionar ou minimizar, até porque também tenho as minhas, mas de facto fiquei a pensar mais no tema.

Mas voltando ao início, montando melhor o cenário do enquadramento de como ouvi o tal arranjo musical que quase me deixou viciada neste tema, eis que depois da tal longa e cansativa viagem, levando como companhia apenas a música da rádio, largas horas de trabalho físico me aguardavam no dia seguinte, algo habitual na minha rotina.

O objectivo era conseguir terminar a tempo para uma pausa ao Sol, com banhos de piscina intercalados, para refrescar e ajudar a relaxar os músculos cansados,  e a alma exausta.

Meta conseguida, uma vez deitada numa confortável espreguiçadeira forrada pela minha amiga toalha azul (tinha de ser…), fecho os olhos e ouço o tema que me levou a reflectir em situações muito interessantes da minha vida de um passado recente e que para mim ficaram para a eternidade.

Como o tema foi muito apreciado não só por mim, foi colocado em replay durante bastante tempo, dando-me a oportunidade de depois de o ouvir de olhos fechados, o dançar dentro de água, coreografado aleatoriamente, fazendo parecer um daqueles bailados de danças contemporâneas aquáticas.

Foi relaxante, foram momentos muito agradáveis que ficam na memória de quem como eu, agradece a dádiva da vida de uma forma muito simples.

Mas afinal e a pergunta de Lana Del Rey e a música?

Para além de esta música ter uma sonoridade poderosa que penso dar ainda mais profundidade à letra, onde é evidente que o acompanhamento de orquestra ajuda… creio que a pergunta de Lana é muito pertinente para uma mulher com a sua beleza e juventude.

Penso que a juventude e beleza física são algo importante e ao qual se dá mais valor até se conhecer o outro lado que está para além do olhar aparente de qualquer um.

A empatia existente nos laços afectivos, uma vez preenchidos por uma química única, serve de selo dourado de garantia nas relações que vão para além do tempo de qualquer jovem e belo, seja ele homem, seja mulher, até porque bem ao contrário do que o locutor proferiu, nem só as mulheres têm este tipo de preocupação; mas esta é apenas a minha humilde e mera opinião.

O busílis, é que nem sempre se consegue o tal selo dourado, e daí surgem as dúvidas e preocupações como a que Lana Del Rey transmite no seu belíssimo tema Young and Beautiful.

Deixo-vos agora com o vídeo do original de Lana Del Rey, e para quem como eu, gosta de seguir a lírica, aqui vai não só a original em inglês, como a tradução para português, feita por mim.

Note-se que esta tradução corresponde apenas ao que achei mais adequado segundo o raciocínio da lírica, nunca intencionada no entanto, para a encaixar na música, que para isso seria necessário um outro tipo de trabalho.


  
Young And Beautiful

I’ve seen the world, done it all
Had my cake now
Diamonds, brilliant
In Bel Air now

Hot summer nights, mid July
When you and I were forever wild
The crazy days, the city lights
The way you’d play with me like a child

Will you still love me
When I’m no longer young and beautiful?
Will you still love me
When I’ve got nothing but my aching soul?
I know you will, I know you will
I know that you will
Will you still love me when I’m no longer beautiful?

I’ve seen the world
Lit it up as my stage now
Chaneling angels in a new age now

Hot summer days, rock'n roll
The way you play for me at your show
And all the ways I got to know
Your pretty face and electric soul

Will you still love me
When I’m no longer young and beautiful?
Will you still love me
When I’ve got nothing but my aching soul?
I know you will, I know you will
I know that you will
Will you still love me when I’m no longer beautiful?

Dear Lord, when I get to heaven
Please let me bring my man
When he comes, tell me that you’ll let him in
Father, tell me if you can
All that grace, all that body
All that face makes me wanna party
He’s my sun, he makes me shine
Like diamonds

And will you still love me
When I’m no longer young and beautiful?
Will you still love me
When I’ve got nothing but my aching soul?

I know you will, I know you will
I know that you will
Will you still love me
When I’m no longer beautiful?
Will you still love me
When I’m no longer beautiful?
Will you still love me
When I’m not young and beautiful? 


Jovem e Bela

Vi o mundo, fiz de tudo
Já tive a minha parte
Diamantes, brilhantes
Em Bel Air

Noites quentes de verão, meados de julho
Quando éramos sempre selvagens
Dias loucos, as luzes da cidade
Como brincavas comigo como uma criança

Ainda me amarás
Quando não for mais jovem e bela?
Ainda me amarás
Quando não tiver nada mais que a alma dolorida?
Eu sei que irás, eu sei que irás
Eu sei que irás
Irás amar-me quando já não for bela?

Vi o mundo
Iluminei-o como meu palco
Canalizando anjos em nova era

Dias quentes de verão, rock'n roll
A maneira como tocavas para mim no teu show
E todas as maneiras que conheci
Teu lindo rosto e alma eléctrica

Ainda me amarás
Quando não for mais jovem e bela?
Ainda me amarás
Quando não tiver nada mais que a alma dolorida?
Eu sei que irás, eu sei que irás
Eu sei que irás
Irás amar-me quando já não for bela?

Querido Senhor, quando chegar ao céu
Por favor, deixe-me trazer meu homem
Quando ele vier, diga-me que o deixará entrar
Pai, diga-me se puder
Toda aquela graça, todo aquele corpo
Todo aquele rosto me faz querer celebrar
Ele é o meu Sol, ele me faz brilhar
Como diamantes

E tu ainda me amarás
Quando eu não for mais jovem e bela?
Tu ainda me amarás
Quando não tiver nada mais que a alma dolorida?

Eu sei que irás, eu sei que irás
Eu sei que tu irás
Tu ainda irás amar-me
Quando eu não for mais bela?
Tu ainda irás amar-me
Quando eu não for mais bela?
Tu ainda irás amar-me
Quando eu não for jovem e bela?


Que todos encontrem e guardem o tal "selo dourado"!

Gina
6.9.2013


domingo, 14 de julho de 2013

Esse Olhar Que Era Só Teu

Esse Olhar Que Era Só Teu
Hoje apeteceu- me ouvir de novo "Esse Olhar Que Era Só Teu" dos Dead Combo e meditei um pouco sobre o que me transmite.

Este tema musical diz tudo sem qualquer necessidade de lírica.

De facto, todo o olhar é único e intransmissível, mas absorvê-lo, compreendê-lo e transmiti-lo de forma abrangente é ainda mais único e excepcional.  

Este tema "Esse Olhar Que Era Só Teu" dos Dead Combo é sem dúvida tudo isso.

Para quem não conhece este grupo de Lisboetas que transpira talento musical, aqui vai uma citação da Wikipedia:
A banda é constituída por dois membros apenas: Tó Trips (guitarras) e Pedro V. Gonçalves (contrabaixo, kazoo, melódica e guitarras).
Os membros conheceram-se em 2001, quando no final de um concerto, Tó pediu boleia a Pedro sem saber que este não tinha carro. Foram então ambos a pé até ao Bairro Alto e, no meio da conversa, surgiu a ideia de gravarem um álbum em tributo ao génio da guitarra portuguesa,Carlos Paredes.
Hoje lembrei-me deste tema "Esse Olhar Que Era Só Teu" dos Dead Combo porque me arrepia no bom senso do seu significado através do transporte imaginário a outras tempos, a outras eras.
Sou Lisboeta, e ao ouvir este tema, apesar de não ser normalmente saudosista, sinto, além da emoção, uma saudade de Lisboa dos tempos em que lá nasci e vivi.
A música, "Esse Olhar Que Era Só Teu", transmite-me os cheiros a Lisboa que são uma mistura de mar, manjericos, as flores à venda na Praça da Figueira, peixe fresco na brasa e pastéis de nata a sair do forno, com canela, e as emoções da Lisboa dos pregões, das tascas, das esplanadas cheias em noites de Verão, das tertúlias, do Parque Eduardo Sétimo (meu parque preferido para o passeio de domingo), da Feira Popular, da Fonte Luminosa em pleno funcionamento, dos Cacilheiros, do Fado e do génio da guitarra Carlos Paredes.
Carlos Paredes cujo talento lhe corria literalmente nas veias porque lhe foi geneticamente transmitido pelo seu pai Artur Paredes, foi amigo de meu pai quando eram jovens.
Segundo meu pai, uma das suas escapadelas de jovens era para os lados da serra de Sintra, onde o Carlos Paredes dava aso ao seu talento tocando para os amigos, a guitarra que levara escondida dentro da gabardina, para que a sua mãe não lhe ralhasse por considerar aquilo um acto leviano e de perda de tempo.  Mal sabia, então, a senhora mãe de Carlos Paredes que o seu filho seria um génio admirado e seguido por tantos, sabe-se lá por quantas décadas.
Deixo-vos a ouvir "Esse Olhar Que Era Só Teu" dos Dead Combo, na certeza que, mesmo os não Lisboetas irão gostar, e sentir pelo menos um cheirinho do Portugal simples e genuíno que ainda hoje existe apesar da globalização.
Gina
14.7.2013


quarta-feira, 26 de junho de 2013

Super-Lua-Cheia

Super-Lua-Cheia
Há dois dias tivemos a afamada Super-Lua Cheia a fazer-nos correr de máquina fotográfica em punho para captarmos as melhores fotografias.

O fenómeno acontece uma vez por ano, quando a fase de Lua Cheia ocorre perto do perigeu, ponto da órbita da Lua mais próximo da Terra. No entanto, neste domingo passado, o tamanho e o brilho da Lua Cheia foi ainda maior, diz-se que mais 14%, o que apenas se repetirá dentro de 18 anos.

Apaixonada pela Lua como eu sou, coleccionadora-mor de fotografias de sua excelência  e de uns quantos escritos sobre a mesma, confesso que a olho-nu, pelo menos, pelas minhas paragens. não lhe consegui medir os tais 14% a mais do normal. Confesso também que as fotografias que tirei não ficaram nada de especial.

De repente ouvi a canção do Frank SinatraFly me to the Moon de 1964 a tocar incessantemente na minha cabeça e senti-me a voar daqui até mais além! Entretanto fui verificar se havia alguma gravação com alguma qualidade e aqui está uma delas. 

Voar até à Lua é que era! Mas fico apenas a ouvir a música que também é fantástica.


Gina
25-6-2013

domingo, 5 de maio de 2013

Escrita Criativa


Escrita Criativa

Os Cursos de Escrita Criativa ou Workshops estão na moda. 


Nunca frequentei nenhum desses cursos ou workshops portanto não poderei opinar sobre a sua eficácia; imagino que serão úteis a quem faça da escrita profissão.

Serei certamente criticada ao dizer que não aprecio muito os textos literários pela sua densidade, muito apesar de lhes reconhecer a sua grande riqueza e importância para a cultura literária, mas é a minha opinião e preferência, apenas isso. Sempre que posso opto pela leitura de um texto de escrita criativa pela sua leveza.

Não sei onde se enquadrará a minha escrita, mas na verdade gosto de escrever de forma fluída seguindo apenas as regras básicas gramaticais e de pontuação. Quanto ao resto, sigo o que o meu cérebro me vai ditando no momento, e isso pode ser muito influenciado por diversos factores que apesar de serem externos, me podem dominar quase que avassaladoramente o estado de espírito que dirige o meu pensamento “escritor”.  

Comecei a sentir o gosto pela escrita por volta dos 15 anos quando me foi oferecido um daqueles diários todo bonitinho com fechadura e chave dourada. Não sei o que terá acontecido a esse diário, e nem escrevi muito nele, mas creio que serviu para despertar a curiosidade.

Escrevi imenso para a gaveta, com as mudanças, muitos dos meus textos, amarelecidos com o tempo, andarão espalhados por algumas arrecadações.

Um dia, decidi enviar um poema para a Revista Evasões, já lá vão uns bons pares de anos e achei engraçado terem publicado o dito.

Passados alguns anos, mais concretamente em 2008, iniciei-me aqui neste blog inserindo alguns dos escritos que tinha já guardado em computador, alguns desde 2002 creio eu.

Comecei a achar muita graça ao verificar que me liam desde a Rússia, à China, à India e aos Estados Unidos. Curiosamente, ainda hoje, mais de metade dos meus leitores são dos Estados Unidos da América.

Achei interessante ouvir um poema meu ser recitado por alguém num auditório, num evento público, e penso que foi aí que pensei que não devia parar.

Vou pois continuar a fazê-lo com duas convicções, (1) sem qualquer tipo de pretensão sobre a qualidade da escrita, e (2) fazer algo que me dá muito gosto ao mesmo tempo que o posso continuar a partilhar com pessoas tão distantes mas separadas apenas por um clique.

Um grande bem-haja a todos os que me seguem.

Gina
5.5.2013

sábado, 30 de março de 2013

Páscoa e o Sentido da Renovação


Páscoa e o Sentido da Renovação
 Tela em Acrílico ©Virgínia Dias
Mais uma Páscoa há porta e quem quer abre-a; quem não sabe ou não quer, fica apenas à volta da mesa dos comes e bebes.

Respeito quem não sabe, ou não tem forças para abrir a porta que por vezes é pesada e está meio encravada e perra.

Já estive assim, tinha uma porta com as fechaduras enferrujadas e levei tempo a conseguir abri-la.

Um dia tive forças e escancarei a porta celebrando a Páscoa de forma renovadora e diferente.

Penso que o problema está no medo do desconhecido, há demasiadas pessoas a padecer desse mal. Preferem ficar enclausurados, estagnados na irremediável rotina, que romper com ela, abrir a porta e sair correndo rumo a um futuro melhor.

Também já saltei pela janela, para não deixar escapar o momento oportuno e seguir outro caminho.

Quando me refiro a um futuro melhor, é o do sentido da vida plena, não o do sentido da vida materialista onde o dinheiro é rei.

O sentido da vida plena requer um nível de espiritualidade (não tem a ver com religião) que vai-se desenvolvendo e aperfeiçoando ao longo do caminho que decidimos percorrer.

Esse nível de espiritualidade só se consegue começar a apurar a partir daquela Páscoa em que decidimos abrir a porta ou janela e sair correndo respirando um ar novo e renovador, cheio de silêncios que nos permitem ouvir a alma.

Celebrar a Páscoa entendendo que o seu significado é a Renovação faz sentido, e é dever de qualquer cristão, mas privilégio, apenas, para os que lhe abrem a porta.

Páscoa Feliz.


Gina
30.3.2013

sexta-feira, 29 de março de 2013

Estilos de Escrita, Ghost Writing vs. Autenticidade e Autoria

Estilos de Escrita, Ghost Writing vs. Autenticidade e Autoria
E o Novo Acordo Ortográfico

Esta coisa da escrita tem muito que lhe diga.

Eu que gosto muito de fazer as coisas à minha maneira, uma irreverência minha, ninguém é perfeito (!...); não aderi e não vou aderir ao novo acordo ortográfico.

Não, não sou anarquista, simplesmente tenho uma cabecinha pensadora que consegue discernir o que é útil e o que é disparate. Nesta idade não vou certamente gastar os neurónios em disparates, tenho coisas bem mais interessantes para aprender e fazer.

No caso do novo acordo ortográfico, é um autêntico disparate que não serve para mais nada senão gastar-se dinheiro, que poucos poderão ter em abundância para fazer alterações em tudo que envolve escrita em língua portuguesa. Só por curiosidade gostaria de saber esses números…mas enfim é mais uma daquelas coisas que me irritam sem que nada possa fazer.

Posso, no entanto, dizer que se em 2015 for obrigatório, passo a escrever noutra língua ou então como diz a canção “Chamem a Polícia” porque eu não vou alterar nadinha.

Mas enfim, pensei escrever sobre a escrita não propriamente sobre o acordo ortográfico mas sim sobre estilos, autenticidade e autoria.

Na área da escrita em regime de freelancing fui “aliciada” para escrever como “Ghost Writer”, que em português é algo como "Escritor Fantasma", e estou assim como que entre as dez e as onze.

Para já, não gosto nada do nome que lhe dão, cá para mim os fantasmas devem ser deixados em paz e sossego e tenho-lhes muito respeito, por isso não me apetece escrever em nome de nenhum.

Depois, e aqui vem de novo a irreverência; ora se estou a escrever em nome de outra pessoa vou ter de seguir as suas regras que serão certamente diferentes das minhas. Para mim a escrita tem impressões digitais.

Gosto muito da minha escrita criativa e sem-cerimónias, a não ser que esteja a escrever uma carta ou um documento específico que assim o exija, pelo menos nesta área sinto que sou eu que mando com as minhas autênticas impressões digitais.

Por fim, mesmo que escreva muito disparate, assino-o sempre, no entanto se for o tal “escritor fantasma” de alguém, tenho de me remeter ao esconderijo dos escritores fantasmas, a menos que o façam num Resort nas Ilhas Fidji, em que eu possa estar a escrever com os pezinhos de molho em águas cálidas e cristalinas, sentada no rebordo da varanda da minha cabana privada, acho que não, acho que não vou aceitar.  

Ainda vou pensar, mas cada um tem as suas condições, hum…não sei não, mas as Ilhas Fidji até sabiam bem para contrastar a chuva que persiste e insiste neste nosso rectângulo à beira–mar muito frio.

Gina
29.4.2013

quinta-feira, 21 de março de 2013

Recordando Palavras de Sophia


Dia Mundial da Poesia - 21 de Março


Hoje não me atrevo a escrever nada original, neste dia em que, cada um recorda o seu poeta favorito. 

 

Em jeito de homenagem, partilho um pequeno poema de uma das minhas escritoras portuguesas preferidas, Sophia de Mello Breyner Andreson.


Imagem retirada de caminho.leya.com




" Pudesse Eu "



Pudesse eu não ter laços nem limites
Ó vida de mil faces transbordantes
Para poder responder aos teus convites
Suspensos na surpresa dos instantes

A Felicidade

O Dia Internacional da Felicidade foi ontem comemorado pela primeira vez em todo o mundo, mesmo que tenha passado completamente despercebido a tantos. 

A Felicidade
 ©Virgínia Dias

A ONU estabeleceu no ano passado, que 20 de Março seria data escolhida para assinalar pretendido reconhecimento da felicidade e bem-estar como objectivos universais para a vida. 

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pretende que seja "reforçado o compromisso para com o desenvolvimento inclusivo e sustentável do ser humano" e que sejam "renovadas as nossas garantias para ajudar os outros".

Datas e palavras interessantes, que dão trabalho a organizações humanitárias e que na prática, sabe-se lá se algum eco, alguma vez, será audível às massas responsáveis e replicado a ponto de haver a tal diferença nos actos como se pretende (?!).

Mas para mim, tudo isto é bastante subjectivo  e sem querer dissecar sobre este assunto que seria demasiado longo, apenas medito sobre a felicidade.

É inegável a necessidade de bem-estar como objectivo universal, mas também é inegável que apesar de nem todos o terem, não tenham felicidade como um bem próprio e não alienável.

Ligar a felicidade ao bem-estar não passa de um cliché da moda ligada à sociedade consumista.

À parte de celebrações com datas e palavras importantes em locais com pompa e circunstância, em cada dia 20 de Março de cada ano, a felicidade é um estado de alma, e é celebrada diariamente, de espírito aberto e elevado, a cada amanhecer.

Gina
21.3.2013

sexta-feira, 15 de março de 2013

A Criatividade é Genética ou Aprende-se?


A criatividade é genética ou aprende-se?
Nem todos podem ser criativos como Steve Jobs, Bill Gates ou Mark Zuckerberg, para mencionar apenas os mais recentes e emblemáticos, mas muitos desejariam sê-lo e outros ainda o aspiram ser um dia.

Afinal o que é isto da criatividade?

Em termos simples e não 
científicos, resume-se à acção de criar algo diferente e útil. 

Qualquer pessoa consegue fazê-lo? Creio que não. Existem pessoas que só conseguem fazer algo seguindo instruções e são incapazes de o fazer de outra forma.
Outras, porém, não conseguem seguir um livro de instruções ou uma receita de culinária, por exemplo;  estas são as criativas. As suas cabecinhas pensadoras estão sempre a congeminar ideias diferentes e inovadoras e por isso aborrecem-se num simples pegar de um livro de instruções. Fazê-lo, não só te torna um tédio como uma ameaça à sua inteligência.
Numa época em que a competitividade e o marketing se torna cada vez mais feroz, tentam vender a ideia que a criatividade é, no entanto, algo que se aprende num curso de formação dando-lhe títulos como “criatividade e inovação”, “criatividade aplicada” ou outro nome elaborado e relacionado.
Estes cursos proliferam na Internet e são vendidos de diversas formas, alguns deles apenas pela compra de um ebook.
Seguindo este raciocínio, ser criativo é acessível a qualquer pessoa; lê-se um livro, faz-se um curso de formação e “plim” a criatividade nasce em nós. Atrevo-me a chamar isto de publicidade enganosa.
Mas como há sempre várias opiniões, umas cientificas e outras nem tanto, há alguns meses atrás, o departamento de psicologia da California State University, nos Estados Unidos da América, publicou um relatório sobre o trabalho desenvolvido por Nancy Segal, co-autora do estudo e professora de psicologia da universidade, em que se concluiu que a nossa criatividade é determinada por factores genéticos e ambientais.

Na minha opinião, valha ela o que valer, creio que a criatividade nasce como um dom que vem escrito no código genético. Este é cultivado ao longo da vida, com um forte alicerce na inspiração, sustentada também pela intuição.
Um criativo não tem necessariamente a ver com genialidade nem sequer ser mais inteligente que um não criativo, muito embora os haja, não se deve, no entanto, fazer disso uma regra.
Apenas tem a ver com ser diferente, ter uma predisposição congénita para criar, e nada mais.
Alguém que não tem em si uma réstia de gene criativo não vai conseguir sê-lo por fazer formação nessa área ou ler um livro com tutoriais de como poderá chegar lá. 
Nem todos podem ser criativos como Steve Jobs, Bill Gates ou Mark Zuckerberg, (nomeando apenas alguns) mas todos deveriam seguir as suas vocações de forma genuína em vez de perseguir as tendências do momento que normalmente não dão grande resultado.

Gina
14.3.2013

terça-feira, 5 de março de 2013

How to/ Como

How to/Como  e o  Lixo Electrónico 

O que faríamos hoje sem a ajuda do nosso precioso e grande amigo Google? Pouca coisa. Aliás, quando por algum motivo ficamos sem serviço de internet sentimo-nos despidos, como que, daquela peça de roupa preferida; aquela que, pode estar já bastante usada, debotada e coçada mas achamos que nos assenta bem que nem uma luva.

Perguntamos ao Google de tudo, e quase, por tudo e por nada. O facto, é que encontramos respostas também para quase tudo, o que pode ser excelente não fosse a fiabilidade das mesmas, algo, muitas vezes duvidosa.

Recentemente num trabalho no âmbito da pesquisa de duplicação de dados em várias áreas, abismei-me ao dar-me conta da quantidade de informação duplicada, triplicada e mais além, assim como a incorreção de muitas dessas entradas.

A Google, através da Metaweb que comprou em 2010 para melhoria em pesquisas mais complicadas e avançadas, já contractou pessoal extra para identificar dados duplicados ou não correctos em vários agregadores de informação tais como a Wikipedia, a IMDB e a Freebase, sendo que, pelo menos nestas áreas será possível a médio prazo haver alguma melhoria na informação encontrada.

A nível de outras áreas tais como, por exemplo, a procura de “ como ganhar dinheiro/how to make money” a informação fornecida é gigantesca, e infelizmente em grande parte, corresponde a spam, scam ou simplesmente publicidade enganosa, o que nem por isso não deixe de proliferar como cogumelos, ao que eu apelido de “lixo eletrónico”.

How to/Como  e o  Lixo Electrónico 
Existem tutorias de tudo e para tudo. A nova moda é mesmo os que existem no Youtube  chamados “unboxing”.  Alguns são mesmo muito úteis.  

Colocam-se grandes questões e dúvidas sobre a fiabilidade da informação que encontramos numa qualquer pesquisa efectuada no Google ou qualquer outro motor de busca.

Reina o chamado “rewriting” por alguém que se apelida de “ghostwriter” muitas vezes sem qualquer conhecimento técnico do que escreve, e como ficamos sem saber quem é o autor, acabamos também sem saber em que, ou quem, confiar.


Por tudo isto, creio que não só é necessário saber fazer a pergunta ao nosso amigo Google como também ter alguma experiência de pesquisa e conhecimentos vastos para que a mesma seja verdadeiramente útil.

Enquanto não houver alguém que faça uma boa limpeza ao “lixo eletrónico” que prolifera por este mundo cibernauta, os “How to” e os “Como” têm de se acompanhar de um bom discernimento, senão corre o risco de em vez de informado fica muito enganado.

Gina
5.3.2013