quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Útil

Útil

As Utilidades do Útil 


Depois de partilhar a minha opinião acerca do fútil, que está relacionado com o inútil, hoje penso no “útil”!

Saber reconhecer o que é útil para nós e para os demais que nos rodeiam e manter-nos fiéis a esse raciocínio e modo de vida, por vezes não é fácil.

Eu digo-o por mim, porque tenho de recorrer ao peremptório, por vezes redundante “não”, a situações que seria muito mais fácil dizer sim.

Quem não tem essa capacidade, quebra, sofrendo de tendências em seguir maiorias em vez de seguir os princípios em que acredita, preferências e desejos próprios.

Demasiado preocupados com as aparências, inventam desculpas que crêem ser piedosas para continuar a dizer sim a situações úteis praticamente só aos olhos de outros.

Passeiam assim pela vida, no limiar da mentira e verdade, recebendo em troco, um sem-sabor de tudo e de nada, que traduzo em: nunca virem a saber o que é a felicidade.

Passando para um tema mais leve, o da nutrição e gastronomia, que é muito útil e pode contribuir, em muito, para a nossa felicidade, aqui fica uma dica simples e útil:

No Inverno deverá ingerir bastante vitamina C, correcto? Talvez não saiba, é que o sumo de laranja natural, deverá ser bebido quando acabado de espremer porque com na oxidação vai perdendo os nutrientes, ao ponto de por vezes quando o bebe já não ter qualquer valor nutritivo.

Já agora, vamos reter o raciocínio de que cada 100gr de sumo de laranja acabado de espremer, tem o teor de 60mg de Vitamina C, que ao fim de uma hora já passa para quase metade.

A minha proposta, não alternativa mas como complemento, é uma excelente salada de pimento vermelho. Perguntará porquê vermelho, ao que eu respondo, porque é muito mais saboroso.
Em cada 100gr de pimento vermelho temos o teor de 126mg de ácido ascórbico (vitamina C) mais do dobro da laranja.

A minha receita preferida passa por assar os pimentos no forno, retirar-lhes a pele e pevides sem os lavar, cortá-los (com a mão) em lascas, e servir regados de um bom azeite, vinagre balsâmico, salpicar coentros picados (ricos em propriedades digestivas), sal-gema, e pimenta preta moída no momento.

Para acompanhar, um bom queijo fresco e vinho tinto alentejanos, completarão momentos tão úteis como felizes.

Gina

8.12.2010

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Futilidade

Futilidade
A futilidade é algo que me desperta muita antipatia desde que me lembro de ser “gente”.

Acho mesmo que abomino a futilidade.

Sempre soube distinguir o fútil do útil, mas mais que tudo, saber, e escolher entre o fútil e o necessário tem sido uma mais-valia da minha personalidade.


Já não poderei afirmar que o reconhecer pessoas fúteis e não gostar delas, não me rever nelas, não compactuar com as suas futilidades me trás a mesma mais-valia, até porque infelizmente proliferam como cogumelos num Outono chuvoso.

Por vezes penso que anda por aí um novo surto, o surto da futilidade com efeitos secundários de mediatização.

E eis que nos aproximamos da época mais repleta de futilidades, o Natal.

Filas de gente fútil, compra inúmeras futilidades, gastando dinheiro que seria não só útil como precioso para garantir uma vida melhor para muitos, que por vezes estão mesmo à sua volta.

Empresas privadas gastam infinidades em festas absolutamente fúteis em vez de contribuírem para uma vida melhor no dia-a-dia dos seus trabalhadores.

Certas autarquias, só na conta da EDP pela iluminação na dita quadra de Natal, que quase começa em Outubro…poupavam tanto se prescindissem dessa (bela e luminosa) futilidade que daria certamente para pagarem algumas, se não quase todas, as contas em atraso.

Penso neste tema da futilidade em todos os Natais e lamento que mesmo apesar de todas as crises financeiras, as pessoas continuem a aderir em massa, para o aumento não da produtividade mas sim da futilidade.

Afinal o Natal, celebrado no dia 25 de Dezembro, não é o simbólico dia de aniversário de Jesus?  Será que Jesus, se vivesse entre nós, apreciaria tanta ostentação e faz de conta à volta do seu aniversário?

E aquela frase “ o Natal é quando o homem quiser”?! Se é assim, então vou inventar a data do meu aniversário, creio que me dava mais jeito fazer anos no Verão para os celebrar na praia…

Sei que o conceito que se tenta transmitir nesta frase é o da solidariedade, algo que se deve praticar todos os dias, mas na minha opinião, “anexar” este conceito ao dia de aniversário de Jesus não tem qualquer sentido.

Continua-se, ano após ano, a gastar dinheiro excessivamente mal gasto por ser mal  canalizado e gerido.
Que bem poderá proporcionar a uma família carenciada ou um sem-abrigo uma festa de Natal cheia de luzes, comida e bebida, se o resto do ano são ignorados? Isto pode comparar-se a dar um grande prato de comida a um anoréctico em vez de lhe oferecer um tratamento. Cruel!

A futilidade tem enorme repercussão em gastar-se  mal, mas a desculpa é da “crise”.

Havendo uma possível cura para este surto, podia canalizar-se os mesmos recursos para o básico necessário ao bem-estar diário de todos, e aí sim,  poderia festejar-se o aniversário de Jesus com a dignidade que se merece.


Gina
01.12.2010