|
Previsões, Sondagens, Estatísticas e Estudos |
A troco de quê? Para quê? Porquê? Para quem?
Tem estado na moda fazer previsões, sondagens e estatísticas por
tudo e por nada, para todos e mais alguém ou talvez apenas para inglês ver ou
apresentar trabalho?
Como por vezes acredito (um
bocadinho) na teoria da conspiração, acho que muitas vezes é mesmo para
influenciar o “pessoal” que é preguiçoso em pensar e discernir por si, e que
pelo tanto, qualquer resultado das ditas previsões,
sondagens e estatísticas é o suficiente para os impressionar e convencer que
aqueles dados correspondem a verdades absolutas. Não devia afirmar isto? É algo
que todos sabem mas não dizem em voz alta? É politicamente incorrecto dizê-lo? Pois…eu
não estou a dizer, estou a escrever!
Na verdade, previsões correspondem
apenas a cálculos ou conjecturas que podem ser influenciadas momentaneamente
por factores diversos.
O que é bom agora, e vice-versa, poderá não
sê-lo amanhã.
Mas como se não bastasse tentarem
ludibriar com as ditas previsões, sondagens
e estatísticas a rodos, logo a seguir vêm as análises com as mais variadas
opiniões e a respectiva catalogação com rótulos, marcas, designações e afins,
dos mais diversos universos de opinantes, também eles catalogados e etiquetados
de analistas das vários tendências politicas que mais parecem pertencer a
figuras do código de estrada que se vão colocando em diferentes gavetas e
gavetinhas.
Eu sou do tempo, não, não é para
repetir a frase da publicidade do Hipermercado Continente, é mesmo para dizer
que eu ainda sou do tempo da ditadura e nessa altura não era permitido tecer
opiniões relativas a assuntos políticos ou outros que fossem injuriosos ou
atentassem contra uma sociedade de bons costumes que era então a sociedade
portuguesa.
Entretanto passámos para o outro
extremo: de tudo se dizer sem respeitar nada nem ninguém e pensar que a nossa
verdade é mais verdadinha do que a dos outros. Do tipo: - as minhas previsões, sondagens e estatísticas é
que são, é que valem e todos os outros que demonstram o contrário...(impropérios,
impropérios e mais impropérios)…
Guardei para o fim deste já longo
escrito os estudos, sim os estudos estão na moda também.
No outro dia li sobre um estudo realizado nos últimos 10 anos
(2003-2013) repito por extenso - dez anos, em que o sorriso dos portugueses foi
analisado. No estudo “Uma Década de
Sorriso em Portugal” concluiu-se que os portugueses
têm vindo a sorrir menos.
Menos(?!...) Como alguém comentou
numa das publicações online: - a mim não me contactaram! Pois eu diria que a
mim também não.
A conclusão do estudo foi baseada na visualização e
análise de quase 400 mil fotografias publicadas na imprensa portuguesa. Ora
aqui está um erro crasso, tendencioso ou o quê?
A imprensa portuguesa já é de
maneira geral sisuda, e tende muito para o lado da desgraça e do desgraçadinho,
portanto se tivessem utilizado por exemplo as fotografias do Facebook o
resultado seria garantidamente muito diferente. Mas isto, sou eu a dizer, que
sorrio e rio até a chorar.
Não é por esta minha
opinião(zinha) que não acredito na utilidade de previsões, sondagens, estatísticas
e estudos. Não, de todo que não! Constituem excelentes ferramentas de
trabalho quando usadas e interpretadas de forma séria, construtiva e não tendenciosa.
Aliás, eu própria, moi même, sou autora de folhas de cálculo em Excel que dão
uma trabalheira mas também um jeitão enorme para definir metas, orientações e perspectivas,
mas não passam disso mesmo, porque no fim do “jogo” surgem as correções que
inevitavelmente têm de ser ajustadas à realidade.
Como estamos mesmo no início de
um novo ano, gostaria muito que os portugueses durante 2014 se emancipassem e aprendessem
a discernir por si próprios para que possam vivenciar a sua realidade ajustando-a
às suas próprias e únicas folhas de cálculo, porque de suposições daqueles senhores
que mais parecem figuras ou direcções do código de estrada, só aos próprios beneficia,
só aos próprios lhes faz bem.
Gina
3.1.2014