sábado, 30 de março de 2013

Páscoa e o Sentido da Renovação


Páscoa e o Sentido da Renovação
 Tela em Acrílico ©Virgínia Dias
Mais uma Páscoa há porta e quem quer abre-a; quem não sabe ou não quer, fica apenas à volta da mesa dos comes e bebes.

Respeito quem não sabe, ou não tem forças para abrir a porta que por vezes é pesada e está meio encravada e perra.

Já estive assim, tinha uma porta com as fechaduras enferrujadas e levei tempo a conseguir abri-la.

Um dia tive forças e escancarei a porta celebrando a Páscoa de forma renovadora e diferente.

Penso que o problema está no medo do desconhecido, há demasiadas pessoas a padecer desse mal. Preferem ficar enclausurados, estagnados na irremediável rotina, que romper com ela, abrir a porta e sair correndo rumo a um futuro melhor.

Também já saltei pela janela, para não deixar escapar o momento oportuno e seguir outro caminho.

Quando me refiro a um futuro melhor, é o do sentido da vida plena, não o do sentido da vida materialista onde o dinheiro é rei.

O sentido da vida plena requer um nível de espiritualidade (não tem a ver com religião) que vai-se desenvolvendo e aperfeiçoando ao longo do caminho que decidimos percorrer.

Esse nível de espiritualidade só se consegue começar a apurar a partir daquela Páscoa em que decidimos abrir a porta ou janela e sair correndo respirando um ar novo e renovador, cheio de silêncios que nos permitem ouvir a alma.

Celebrar a Páscoa entendendo que o seu significado é a Renovação faz sentido, e é dever de qualquer cristão, mas privilégio, apenas, para os que lhe abrem a porta.

Páscoa Feliz.


Gina
30.3.2013

sexta-feira, 29 de março de 2013

Estilos de Escrita, Ghost Writing vs. Autenticidade e Autoria

Estilos de Escrita, Ghost Writing vs. Autenticidade e Autoria
E o Novo Acordo Ortográfico

Esta coisa da escrita tem muito que lhe diga.

Eu que gosto muito de fazer as coisas à minha maneira, uma irreverência minha, ninguém é perfeito (!...); não aderi e não vou aderir ao novo acordo ortográfico.

Não, não sou anarquista, simplesmente tenho uma cabecinha pensadora que consegue discernir o que é útil e o que é disparate. Nesta idade não vou certamente gastar os neurónios em disparates, tenho coisas bem mais interessantes para aprender e fazer.

No caso do novo acordo ortográfico, é um autêntico disparate que não serve para mais nada senão gastar-se dinheiro, que poucos poderão ter em abundância para fazer alterações em tudo que envolve escrita em língua portuguesa. Só por curiosidade gostaria de saber esses números…mas enfim é mais uma daquelas coisas que me irritam sem que nada possa fazer.

Posso, no entanto, dizer que se em 2015 for obrigatório, passo a escrever noutra língua ou então como diz a canção “Chamem a Polícia” porque eu não vou alterar nadinha.

Mas enfim, pensei escrever sobre a escrita não propriamente sobre o acordo ortográfico mas sim sobre estilos, autenticidade e autoria.

Na área da escrita em regime de freelancing fui “aliciada” para escrever como “Ghost Writer”, que em português é algo como "Escritor Fantasma", e estou assim como que entre as dez e as onze.

Para já, não gosto nada do nome que lhe dão, cá para mim os fantasmas devem ser deixados em paz e sossego e tenho-lhes muito respeito, por isso não me apetece escrever em nome de nenhum.

Depois, e aqui vem de novo a irreverência; ora se estou a escrever em nome de outra pessoa vou ter de seguir as suas regras que serão certamente diferentes das minhas. Para mim a escrita tem impressões digitais.

Gosto muito da minha escrita criativa e sem-cerimónias, a não ser que esteja a escrever uma carta ou um documento específico que assim o exija, pelo menos nesta área sinto que sou eu que mando com as minhas autênticas impressões digitais.

Por fim, mesmo que escreva muito disparate, assino-o sempre, no entanto se for o tal “escritor fantasma” de alguém, tenho de me remeter ao esconderijo dos escritores fantasmas, a menos que o façam num Resort nas Ilhas Fidji, em que eu possa estar a escrever com os pezinhos de molho em águas cálidas e cristalinas, sentada no rebordo da varanda da minha cabana privada, acho que não, acho que não vou aceitar.  

Ainda vou pensar, mas cada um tem as suas condições, hum…não sei não, mas as Ilhas Fidji até sabiam bem para contrastar a chuva que persiste e insiste neste nosso rectângulo à beira–mar muito frio.

Gina
29.4.2013

quinta-feira, 21 de março de 2013

Recordando Palavras de Sophia


Dia Mundial da Poesia - 21 de Março


Hoje não me atrevo a escrever nada original, neste dia em que, cada um recorda o seu poeta favorito. 

 

Em jeito de homenagem, partilho um pequeno poema de uma das minhas escritoras portuguesas preferidas, Sophia de Mello Breyner Andreson.


Imagem retirada de caminho.leya.com




" Pudesse Eu "



Pudesse eu não ter laços nem limites
Ó vida de mil faces transbordantes
Para poder responder aos teus convites
Suspensos na surpresa dos instantes

A Felicidade

O Dia Internacional da Felicidade foi ontem comemorado pela primeira vez em todo o mundo, mesmo que tenha passado completamente despercebido a tantos. 

A Felicidade
 ©Virgínia Dias

A ONU estabeleceu no ano passado, que 20 de Março seria data escolhida para assinalar pretendido reconhecimento da felicidade e bem-estar como objectivos universais para a vida. 

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pretende que seja "reforçado o compromisso para com o desenvolvimento inclusivo e sustentável do ser humano" e que sejam "renovadas as nossas garantias para ajudar os outros".

Datas e palavras interessantes, que dão trabalho a organizações humanitárias e que na prática, sabe-se lá se algum eco, alguma vez, será audível às massas responsáveis e replicado a ponto de haver a tal diferença nos actos como se pretende (?!).

Mas para mim, tudo isto é bastante subjectivo  e sem querer dissecar sobre este assunto que seria demasiado longo, apenas medito sobre a felicidade.

É inegável a necessidade de bem-estar como objectivo universal, mas também é inegável que apesar de nem todos o terem, não tenham felicidade como um bem próprio e não alienável.

Ligar a felicidade ao bem-estar não passa de um cliché da moda ligada à sociedade consumista.

À parte de celebrações com datas e palavras importantes em locais com pompa e circunstância, em cada dia 20 de Março de cada ano, a felicidade é um estado de alma, e é celebrada diariamente, de espírito aberto e elevado, a cada amanhecer.

Gina
21.3.2013

sexta-feira, 15 de março de 2013

A Criatividade é Genética ou Aprende-se?


A criatividade é genética ou aprende-se?
Nem todos podem ser criativos como Steve Jobs, Bill Gates ou Mark Zuckerberg, para mencionar apenas os mais recentes e emblemáticos, mas muitos desejariam sê-lo e outros ainda o aspiram ser um dia.

Afinal o que é isto da criatividade?

Em termos simples e não 
científicos, resume-se à acção de criar algo diferente e útil. 

Qualquer pessoa consegue fazê-lo? Creio que não. Existem pessoas que só conseguem fazer algo seguindo instruções e são incapazes de o fazer de outra forma.
Outras, porém, não conseguem seguir um livro de instruções ou uma receita de culinária, por exemplo;  estas são as criativas. As suas cabecinhas pensadoras estão sempre a congeminar ideias diferentes e inovadoras e por isso aborrecem-se num simples pegar de um livro de instruções. Fazê-lo, não só te torna um tédio como uma ameaça à sua inteligência.
Numa época em que a competitividade e o marketing se torna cada vez mais feroz, tentam vender a ideia que a criatividade é, no entanto, algo que se aprende num curso de formação dando-lhe títulos como “criatividade e inovação”, “criatividade aplicada” ou outro nome elaborado e relacionado.
Estes cursos proliferam na Internet e são vendidos de diversas formas, alguns deles apenas pela compra de um ebook.
Seguindo este raciocínio, ser criativo é acessível a qualquer pessoa; lê-se um livro, faz-se um curso de formação e “plim” a criatividade nasce em nós. Atrevo-me a chamar isto de publicidade enganosa.
Mas como há sempre várias opiniões, umas cientificas e outras nem tanto, há alguns meses atrás, o departamento de psicologia da California State University, nos Estados Unidos da América, publicou um relatório sobre o trabalho desenvolvido por Nancy Segal, co-autora do estudo e professora de psicologia da universidade, em que se concluiu que a nossa criatividade é determinada por factores genéticos e ambientais.

Na minha opinião, valha ela o que valer, creio que a criatividade nasce como um dom que vem escrito no código genético. Este é cultivado ao longo da vida, com um forte alicerce na inspiração, sustentada também pela intuição.
Um criativo não tem necessariamente a ver com genialidade nem sequer ser mais inteligente que um não criativo, muito embora os haja, não se deve, no entanto, fazer disso uma regra.
Apenas tem a ver com ser diferente, ter uma predisposição congénita para criar, e nada mais.
Alguém que não tem em si uma réstia de gene criativo não vai conseguir sê-lo por fazer formação nessa área ou ler um livro com tutoriais de como poderá chegar lá. 
Nem todos podem ser criativos como Steve Jobs, Bill Gates ou Mark Zuckerberg, (nomeando apenas alguns) mas todos deveriam seguir as suas vocações de forma genuína em vez de perseguir as tendências do momento que normalmente não dão grande resultado.

Gina
14.3.2013

terça-feira, 5 de março de 2013

How to/ Como

How to/Como  e o  Lixo Electrónico 

O que faríamos hoje sem a ajuda do nosso precioso e grande amigo Google? Pouca coisa. Aliás, quando por algum motivo ficamos sem serviço de internet sentimo-nos despidos, como que, daquela peça de roupa preferida; aquela que, pode estar já bastante usada, debotada e coçada mas achamos que nos assenta bem que nem uma luva.

Perguntamos ao Google de tudo, e quase, por tudo e por nada. O facto, é que encontramos respostas também para quase tudo, o que pode ser excelente não fosse a fiabilidade das mesmas, algo, muitas vezes duvidosa.

Recentemente num trabalho no âmbito da pesquisa de duplicação de dados em várias áreas, abismei-me ao dar-me conta da quantidade de informação duplicada, triplicada e mais além, assim como a incorreção de muitas dessas entradas.

A Google, através da Metaweb que comprou em 2010 para melhoria em pesquisas mais complicadas e avançadas, já contractou pessoal extra para identificar dados duplicados ou não correctos em vários agregadores de informação tais como a Wikipedia, a IMDB e a Freebase, sendo que, pelo menos nestas áreas será possível a médio prazo haver alguma melhoria na informação encontrada.

A nível de outras áreas tais como, por exemplo, a procura de “ como ganhar dinheiro/how to make money” a informação fornecida é gigantesca, e infelizmente em grande parte, corresponde a spam, scam ou simplesmente publicidade enganosa, o que nem por isso não deixe de proliferar como cogumelos, ao que eu apelido de “lixo eletrónico”.

How to/Como  e o  Lixo Electrónico 
Existem tutorias de tudo e para tudo. A nova moda é mesmo os que existem no Youtube  chamados “unboxing”.  Alguns são mesmo muito úteis.  

Colocam-se grandes questões e dúvidas sobre a fiabilidade da informação que encontramos numa qualquer pesquisa efectuada no Google ou qualquer outro motor de busca.

Reina o chamado “rewriting” por alguém que se apelida de “ghostwriter” muitas vezes sem qualquer conhecimento técnico do que escreve, e como ficamos sem saber quem é o autor, acabamos também sem saber em que, ou quem, confiar.


Por tudo isto, creio que não só é necessário saber fazer a pergunta ao nosso amigo Google como também ter alguma experiência de pesquisa e conhecimentos vastos para que a mesma seja verdadeiramente útil.

Enquanto não houver alguém que faça uma boa limpeza ao “lixo eletrónico” que prolifera por este mundo cibernauta, os “How to” e os “Como” têm de se acompanhar de um bom discernimento, senão corre o risco de em vez de informado fica muito enganado.

Gina
5.3.2013